Mentira

Veneno da minha cura
Inferno da minha paixão
Meu dias são horas vazias que tentam esquece-la
Flor que só tem espinhos
Céu opaco e rosas cinzas
Jardim seco onde caminhei como um homem cego
 Lá plantei alguns sonhos e nada colhi
Olhos desertos que escaldam a alma
E quando a noite cai, congelam os ossos
Espero por amanhã como se fosse ontem,
Como se fosse uma mentira que conforta
 A dor infligida pelo bem

Senhor não me deixe cair
Pois só amei
Todos os dias que a vi
Não deixe-me sentir pequeno

Vi o espectro de minha amada pela manhã
Todos os ossos do meu corpo
Sacudiam meu coração de lugar

Aquela doçura
Pintura a óleo feito em tela de algodão
Pelos anjos dos Céus
Bom Pai, traga-a para mim

Vou amá-la em meu silêncio guardado
Até que seque a ultima gota do orvalho da alma
O meu amor fadado ao erro
Esperarei até o limite da madrugada

Pecado

É tão tarde em nossa noite
Perdida nestes dias iguais
Não posso nem ouvir meu coração
Nem meus pensamentos
Meus sentidos não respondem
Até meus sonhos estão cheios
De tudo de bom que há nela

Más ainda hei de pagar os pecados
De sua pele branca
Que tira o sono

Tão distante ao meu lado da cama
Tão perdido nas horas
Ela não se importa com minhas provas de amor
Se é que as viu
Se é que ouviu chamar seu nome
Depois que havia partido
E deixou aquele que pensava em apenas
Andar ao se lado no fim da tarde
No fim do inverno quente

Ainda hei de pagar por tocar naqueles cabelos loiros
Ela não diz uma palavra de amor
Meu inferno astral de todos os dias
Meus olhos se perdem em sua direção
Sinto vontade de abraçá-la

Tenho que ir para o sul
Em direção as aves
Contra seus ventos
Onde não possa ver o por do sol

Tenho que tirá-la de mim
Tenho que respirá-la pra fora
Más ainda hei de pagar os pecados
De seu cheiro de flores
Que faz meu dia sorrir
E faz minha vida mais doce

Decepção

No quadrado da decepção
Rege minha vontade mais acima
Do taciturno, do paradigma

Para onde vai o sol além da montanha?
Deitar nos braços de quem me faz feliz
Para onde foram os sonhos depois que deixei a cama?

Hoje em dia sou mais noite do que dia
De manhã gelado como a madrugada
E hoje sou ontem a tarde
Sempre quase nada

Deixe o Tempo Passar Como Azul do Céu

Deixa o tempo passar como azul do Céu
Não quero falar ou aprender
Quero apenas olhar pra você

Aqui dentro tem uma certa pessoa
E também tem saudade
Tem girassóis de todas as cores
E também muita vontade

Vontade de descer em seu jardim
E colher sua flor
Tomar suas pétalas para mim
pintar meus dedos com sua cor

O fascínio por tudo que não conheço de você
É tudo que posso lhe oferecer

Faça-me Amanhecer

Enquanto sorria o seu sorriso astral
Flores plantadas no jardim da memória
 Transbordei por dentro em silêncio
 E como num abraço começou nossa história

 Agora quero buscá-la pelas mãos
Dizer para não se apressar pois não está mais só
 Dizer com os lábios em seu ouvido
 Ès tão bela quanto um por-do-sol

 Mergulhe no meu abraço e durma
 Faça-me amanhecer
Respirar seu ar e seu cabelo
Faça-me amanhecer

 Faltam apenas alguns dias de inverno
 Para nossa primeira primavera
 Enquanto nosso dia não chega
Me conforto com as memórias mais ternas

 Doce pesar esta ausência sua
 A chuva decidiu cair por fim
Caiu como uma tristeza ao longo da rua
Se espalhou como uma saudade dentro de mim