segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Último Poema da Pandora

Quanto tempo prosei com o silêncio
A saudade distante de mesa de bar
Que senti até o fio da alma ranger
Uma vontade doida de te abraçar
Saíste à tempo de mudar sua vida
Mas a minha aqui suspensa ficou
 Lhe acompanhei a cada passo em pensamento
E da calma de lhe esperar nada sobrou
Da calma aguda de quem espera a véspera
Restam as palavras ásperas de adeus sem amor

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Até onde consigo pisar e sentir

Eu fiquei nos borras esperando você
Até a poeira fina cobrir meu ombro
E a noite caiu como um desespero
Fazendo a fera que dorme embaixo da cama grunhir
O frio desceu até onde consigo pisar e sentir
E o papel que cravei um pedaço do coração com um lápis
Molhou bem onde escrevi que te amo
Do resto já esqueci

Eu tenho apenas esse papel amassado
E uma voz rouca da manhã
Quer me ouvir cantar na noite de sono?
Se você me deixar ir embora eu não volto
Então eu viro as costas e fico cego de você
E sentaria no campo pra chorar a tarde inteira
Até o frio descer onde consigo pisar e sentir
Mas logo eu levantaria
E colocaria a fera que dorme embaixo da cama para dormir

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Talude

Lançou ao mar para se afogar
Ali no meio da cortina d'água
Que batia um coração sem direção
Então abriu a boca para entrar o Oceano no peito
E logo suas veias ficaram salgadas
E sua barriga fria se fez de corais
E então foi de um lado ao outro
E se quebrou em espumas
Nas paredes do castelo de areia que era seu orgulho de rei
Que o lançara ao léo como âncora sem navio
Para descansar no talude fino e branco
Areia pura de amor e saudade

sábado, 13 de julho de 2013

Prumo Solar que Tange Meus Verticais

Prumo solar que tange meus verticais
Relevos de coração árido como serrado
Desagua felicidades em minhas veias
E sorrisos nos rostos da tarde mais bonita
Branca como um deserto de neve
Doce como nuvens de algodão
Seus suspiros ecoam pelos mares até o Japão
Onde a noite se veste de dia a cada madrugada
Suas idéias são límpidas como águas calmas

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Pássaro Ártico

Na noite fria quase polar
Deixei minhas asas nas suas mãos
Para voltar a pé para o inferno
Que é este silêncio do quarto
Este silêncio forçado
Queria assoprar minhas preces na madrugada
Embotar sua parede de papel com minhas palavras
para tirar os espinhos das suas mãos
E desatar os nós da sua garganta
Uns dias mais que outros
Preciso deste seus olhos azuis
Para desdobrar o mundo que achei quando vi você

sábado, 29 de junho de 2013

Poema Clichê

Queria olhar você e saber o que sinto
 O que enxerga quando me vê
 E se quando vou embora
Você pensa em mim como penso em ti
Decidi dar uma chance a este turbilhão
E agora ele não cabe em mim
Te fazer bem, te chamar de querida
Eu juro que não lhe prometeria
Nada que não pudesse cumprir
Cantaria sua música favorita
Lhe dedicaria meus versos
E algumas madrugadas se precisar

terça-feira, 25 de junho de 2013

Solstício

  Era solstício
  Solstício solto pela avenida
  Consolava a noite com vento a favor
  Eu pedia em silêncio por favor
  Diga-me o caminho do seu coração

  O inverno começou e não quero ficar só
  Quero ficar quente do abraço dela
  O inverno é pior para quem está só
  Para quem está só a espera


  Sem a cidade toda com suas marchas e ruídos
  E agora no entorpe silêncio noturno
  Acabaram os porquês de estar ao lado dela
  saudade caminha no peito como entre vielas
  Ontem tinha nós dois, agora só tem escuro
 
 

sábado, 15 de junho de 2013

Minha Nuvem de Sonhar

O dia nasceu
Lançou sua luz sagrada
Na minha janela do pecado
Cá estava eu
Deitado na espuma velha
Minha nuvem de sonhar
Todo o céu e todo mar
E todos vestidos azuis
Estavam em minhas mãos
E ao meu lado estava ela;
A Rainha de Todas as Canções
A Deusa de Todos os Éons
Me abraçando e me beijando
E fazendo de nós dois um só
No minuto que parecia não chegar nunca
O pulso quase volta para trás
Como se nunca tivesse um início
Eu sinto ela se afastar
Sem fazer café, sem dizer que me ama
Abro os olhos de pesar
Procurando o relógio que soa em algum canto da cama

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Soneto nº II (Para um Gangbang)

Por vários caralhos quer ser cercada
Na boca as picas são o de menos
É na buça que quer ser currada
E todos os buracos sentir plenos.

Arregaça exibindo o obsceno
Cu, antes de ser assim cavalgada,
Pois da futil mundana, terrenos
São os desejos. Está obsecada

Pra saber quem vai meter nela agora.
E encher a pobre vadia de porra.
Pensa:"Me fode, porque demora?

Me lambuza com teu gozo, corra."
E assim, logo, logo, comemora,
Pois o primeiro nela toda jorra.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Deflora minha boca

Deflora minha boca
Com sua flor
Flor que se transforma em arvore
Copa imensa no céu da boca
Xilemas e floemas
Raízes pretas e longas
Entre meus olhos e debaixo do nariz
Cheiro vivo da natureza.
E quando por fim o mundo se acabar
E todas as águas saírem da terra e do céu,
Me molhando e me assustando
Com seus mil cheiros e sabores
E de medo eu lamber os beiços
E engolir o que sobra em minha boca,
Terei de volta meu pequeno Narciso,
A pequena florzinha que era seu caralho
Antes d'eu lamber
Pra cheirar e esfregar as faces na virilha
E com as bolas no lábio inferior e com a pica no superior
Dormir um pouquinho.

Soneto nº I (Ainda Capenga)

Só durmo depois do boquete.
Até a boca meu pau vai com gula.
Assim, à noite, a cena se repete.
Espero até que tudo ela engula.

Depois que gozo a respiração sinto:
Esfria a glande trazendo arrepio.
Sou homem de sorte, não minto,
E se ela manda: eu calo e não pio.

Enquanto dorme em sonho se diverte.
E se tento acorda-la, não dá trela,
Ao despertar não está mais inerte.

Chupando, a buceta se mela,
Não consigo parar, ou estar à parte.
É que eu amo a boca dela... E amo ela.


Avidez impune da cadela

Encher a boca de picas é o que ela quer.
Enquanto se afunda imagina quantas devem caber.
Ela gosta de esfregar o longo nariz
Nas virilhas e debaixo do saco,
O azedo cheiro de suor le agrada.
De joelhos, com a goela entalada pela cabeça da minha rola,
Se masturba devagar com as pontas dos dedos,
Entre os pequenos lábios melados.

Fecha os olhos e vê mais de uma quinzena de pernas de homem,
Cada um massajando o próprio membro, ou batendo-o em sua cara.
O que ela quer na verdade, mais que o cheiro de pica na boca,
É o momento em que o primeiro lhe gozar na cara,
Desencadeando assim o começo de sua festa.
Espera ansiosamente que sua boca, rosto e peitos se encham de porra,
De varios sabores diferentes, todos só pra ela,
Avidez impune da cadela.

Os dedos que correm pela sua buceta, cada vez mais rudemente,
Só a entretêm para o momento esperado.
Tanto chupa que gozo, sua alegria, quase infantil, começa:
A boca se enche e quando engole, de instinto
Abre os olhos percebendo tristemente que de pau, só há o meu.

Ao despertar da tara só cultiva mais fantasias,
Aguardando com extrema ansiedade a hora do bukake.

domingo, 19 de maio de 2013

Rima


Rima
Mima
Lima,
Esta é uma boa rima!
Não como
Mimo
Laranja
E rima!
Mas de que adianta a rima
Se não há sentido?
Se não expressa o que por você
Eu tenho sentido?
Pois como posso eu sentir
Sem nunca ter te tido?
Então que se foda a rima
E me mima!

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ah, se eu soubesse

Para minha querida míope

Ah se eu soubesse que aquela noite era a noite mais linda
Teria guardado ao menos uma estrela
Se soubesse que irias embora pra sempre
Teria pedido para ficar, não vá embora não
Talvez eu nunca mais seja eu mesmo
Perdido no tempo em meio a tantos 'como seria'
Cada dia 29 para mim tem sido amargo
Todo dia penso se ainda pensas em mim
Pois eu sei que se pensas é bom
E é o mais perto que eu sinto de ser feliz com que tenho
Pois não lembro mais do timbre de sua voz
Perco você a cada dia
Mas eu ainda não me sinto tão só
Já decorei cada vírgula da sua carta
Imagino seus dedos correndo no papel
Se soubesse que nunca mais me tocaria
Eu teria aberto meu coração
Ah se soubesse que aquela era a noite mais linda!
Teria colhido ao menos uma estrela do chão

sexta-feira, 1 de março de 2013

Esse Ano Não Pulei Carnaval

Não entendo a arte
Mas seu quanto é belo escrever sobre amor
Essa noite não dormi
Mas sonhei
Também não entendo a Física
Mas sei que nossa distância é relativa
Esse ano não pulei carnaval
Mas meu coração bateu pela avenida da saudade

sábado, 19 de janeiro de 2013

As Folhas Molhadas Cantam Uma Valsa Triste




Levantei meu corpo cansado da cama

Em mais um destes dias infinitos
Que se perdem em meio ao éon indefinido
Este pequeno  momento de chuva é meu

As folhas molhadas cantam uma valsa triste
E a saudade ficou pequena e já não dói
Da janela vê-se a vizinhança
Feliz com o sagrado fim-de-semana

Meu amor é um verbo conjugado no passado
Uma montanha que um dia arranhou o céu
E aos poucos a água levou todos seus grãos
Para descansar no fundo do mar

Um raio de sol entra na minha janela e me faz amanhecer
Há uma vida em mim que quer ser vivida
Más alguns dias difíceis antecedem as horas felizes
E mesmo que a vida pareça um inverno
Há dias que parecem primavera

A primavera também tem seus dias de inverno
Pessoas precisão ser felizes e sonhar
Flores precisam de de sol e chuva
Eu preciso ter alguém para amar