quinta-feira, 29 de abril de 2010

Sua Sala

Enquanto eu te espero na sala, você corta o corredor olhando para todos os cantos menos para mim, eu finjo não te ver se aproximar; ou me arrepio quando percebo sua silhueta que encobre o sol da janela, ou simplesmente deixo escapar o ar do pulmão.

Queria não estar ali, queria ser a mobília para te ver indo e vindo, Seus movimentos translúcidos como uma pintura em movimento.

Suas mãos sempre um pouco frias, e seus olhos eletricamente castanhos, me lembram a paz daquela manhã fria de domingo (Más sem sinos, pelo amor de Deus sem sinos)

Qualquer lugar é um paraíso se construindo, qualquer ruína um fascínio.

Diga mais sobre suas coisas importantes, quero encontrar uma mínima parte de relevância, ausência de verdade ou razão, quando vou embora por minha humana limitação, sinto a rua esvaziar.Estranho...

Aquele velho lugar que nos conhecemos à tanto tempo que perece outra vida, ainda é o mesmo, nós que nos desconhecemos.

Depois de passear por sete ciclos e sete mares, ainda havia uma sobra a seu lado onde me sentei e sorri,e na hora que eu me sentia perdido, desequilibrado, e tendo certeza de que não tinha certeza de mais nada, eu disquei seu telefone.

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