sexta-feira, 19 de julho de 2013

Talude

Lançou ao mar para se afogar
Ali no meio da cortina d'água
Que batia um coração sem direção
Então abriu a boca para entrar o Oceano no peito
E logo suas veias ficaram salgadas
E sua barriga fria se fez de corais
E então foi de um lado ao outro
E se quebrou em espumas
Nas paredes do castelo de areia que era seu orgulho de rei
Que o lançara ao léo como âncora sem navio
Para descansar no talude fino e branco
Areia pura de amor e saudade

sábado, 13 de julho de 2013

Prumo Solar que Tange Meus Verticais

Prumo solar que tange meus verticais
Relevos de coração árido como serrado
Desagua felicidades em minhas veias
E sorrisos nos rostos da tarde mais bonita
Branca como um deserto de neve
Doce como nuvens de algodão
Seus suspiros ecoam pelos mares até o Japão
Onde a noite se veste de dia a cada madrugada
Suas idéias são límpidas como águas calmas

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Pássaro Ártico

Na noite fria quase polar
Deixei minhas asas nas suas mãos
Para voltar a pé para o inferno
Que é este silêncio do quarto
Este silêncio forçado
Queria assoprar minhas preces na madrugada
Embotar sua parede de papel com minhas palavras
para tirar os espinhos das suas mãos
E desatar os nós da sua garganta
Uns dias mais que outros
Preciso deste seus olhos azuis
Para desdobrar o mundo que achei quando vi você